sexta-feira, dezembro 28, 2007

Post de ano novo I

É o que dá: deixe-se uma copywriter sozinha e lá vem mais um post com poesia :P

Desta vez, é o Carlos Drummond de Andrade, que a Adriana* em boa hora me enviou.

* minha amiga brasileira casada com um alentejano, a viver em Évora, com dois filhos lindos com ar de brasileiros a falar português com sotaque dos além-Tejos e que neste momento está a fazer um mestrado em qualquer coisa que tem a ver com literatura portuguesa - também tenho a minha fatia de globalização e interculturalidade :P

Pois bem, aqui fica:

Cortar o tempo

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra
vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.

Carlos Drummond de Andrade

Um bom 2008 para todos! Beijos das Evas ;)

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quinta-feira, dezembro 20, 2007

Prémio de fotografia UNICEF


Wolfram Hahn, Children watching TV
A UNICEF alemã atribui o prémio Photo of the Year anualmente a trabalhos que tragam um contributo para a reflexão acerca das condições de vida das crianças em todo o mundo. Para ver as restantes fotos premiadas, vá aqui.

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quinta-feira, dezembro 13, 2007

Portugal segundo Bidarra


Neste dia de muita celebração, ficámos a saber que o conceito há anos defendido por Pedro Bidarra para comunicação de Portugal no exterior vai avante. A campanha arranca hoje e já foi apresentada pelo ministro da Economia. Representa, nesta primeira fase de estabelecimento do conceito - poder-se-ia dizer institucional - um investimento de 3 milhões de euros. A ideia gizada por Bidarra é a de ligar Portugal ao conceito de West Coast (da Europa). Geograficamente irrepreensível: Portugal é de facto o extremo Oeste do continente Europeu e faz fronteira com o mar. O que já nos parece menos irrepreensível é a expectativa de que o comum dos mortais associe também a esta ideia de West Coast os valores de progresso, liderança, inovação, modernidade, que estão de facto ligados à West Coast, mas dos Estados Unidos. Não nos parece que seja uma associação universalmente difundida. De toda a maneira, a ideia de ligar Portugal a uma série de rostos conhecidos mundialmente parece-nos eficaz e os valores que se pretende transmitir estrategicamente adequados. O que não nos suscita simpatia é o facto de se ter recorrido aos serviços de um fotógrafo estrangeiro para a execução, assim como o total abandono da paleta cromática identificativa de Portugal. Para além de todas estas consideraçoes, desejamos, obviamente, o maior dos sucessos a este reposicionamento de Portugal interna e externamente. Representa claramente a utilização de uma linguagem diferente e a apropriação de um set de valores originais relativamente àquilo que até aqui se tem feito. Aguardamos com expectativa a fase da campanha mais especificamente vocacionada para o mercado turístico (o exemplo que mostramos é desta primeira fase institucional, que pretende abranger turismo, investimento e comércio)

Portugal Europe's West Coast
Criatividade - BBDO
Fotografia - Nick Knight

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quarta-feira, dezembro 12, 2007

Nº 19


Mais uma da nossa série de ovelhas negras. É para o que é que é.

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sexta-feira, dezembro 07, 2007

Guardiã feroz de todos os possíveis


Foto de Maria Pato e Thomas van Keulen (9 e 7 anos, respectivamente)

Finalmente de novo sou eu, por dentro do território do amor tão lentamente reconquistado. Olho para a nossa família e já não a sinto amputada. Intactos, à nossa volta, os sítios onde fomos felizes. E tudo parece de novo possível: a alegria essencial, as noites de gratidão por estarmos vivos, quando acordamos e tocamos ao de leve quem amamos, numa festejo absoluto da pertença. Recordo o passado para ti, que eras demasiado pequeno para te lembrares, conservo a memória da felicidade, do começo da tua vida, do teu pai, guardiã feroz de todos os possíveis. Nada me podia dar mais prazer do que fazê-lo; é a prenda que te dou em troca do que perdemos. Fui órfã durante demasiado tempo. É altura de celebrar a vida. Ver-te crescer, o milagre repetido a cada dia, amar-te sem restrição, com a consciência da vida como uma finitude, único lugar para cumprirmos a felicidade que em sorte nos coube. Mas não quero escrever mais. Na escrita ficam os traços da tristeza, pelo menos na minha. É lá fora, para lá dos muros do pensamento, no sítio que as emoções habitam, que a vida se encontra inteira. É aí que quero estar, contigo.

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quinta-feira, dezembro 06, 2007

Ex-draft

Espreitem lá mais abaixo, do dia 22, um post que estava em draft: um filme da fantástica zune-arts. We love it!

E, nem a propósito, chega-nos aos ouvidos a história, passada não sei onde nem quando, de uma guerrilheira que desertou para devolver uma criança que mantivera durante alguns dias refém à família. À despedida. a criança teve um beijo carinhoso para lhe dar. O que nos faz pensar na quantidade de histórias com finais felizes que se passam todos os dias sem que ninguém delas faça notícia e de como estamos tão absolutamente fatigados da cultura sádica e voyeur que se alimenta da desgraça alheia.

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